quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O quê calou a minh'alma?



O quê calou a minh'alma?


Não calou a minh’alma o pranto da vida,
nem o triste infortúnio de se ter e não ter.

Não calou a minh’alma a ausência do ouro,
nem a boca sem beijo e de baton sujada.

Não calou a minh’alma o aleivoso sonho,
nem o sexo sem sexo em noite não dormida.

Não calou a minh’alma o cobertor rasgado,
nem a pele que enxota minha pele em fogo.

Calou a minh’alma o curió perseguido,
o desespero insano da criança faminta,
o rugido da mulher que se estupra no escuro,
o golpear do ingrato nos cabelos brancos,
o vilipêndio da fé em tornos de amargura,
o desencanto do amor e o drogar dos sonhos
que se corrompem por si e se matam assim...
sem esperança ou flor... em dor... em dor...


Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz.
Cabo Frio, 10 de junho de 2009 – 2h06.
Fundo musical: An Adagio by Frank Pourcel.

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